História

A história do IFC começou com o time de futebol juvenil chamado "Estação". Seu campo era localizado no centro da cidade de Mauá. Nele jogavam Lúcio Cardoso de Araújo (Jaú), Oswaldo Begliomini (Teté), Rodolfo Moreira (Dodô), Paulo Japonês, Odécio Chiarotti, Caxambú (goleiro), Gino Rodrigues, Mário Peres e outros. Nesta época, existiam dois times juvenis em Mauá: o "Estação" e o "11 Garotos".

A Associação Atlética Industrial, fundada em 1921, tentando formar um juvenil forte para seu quadro principal, convidou os melhores jogadores do Estação e do 11 Garotos. Com o tempo e uma extraordinária organização do juvenil adquirindo seu próprio material, e por causa da troca do jogo de camisas novas por usadas, ocorreu uma divergência que originou a saída de todos os jogadores juvenis, sendo que os mesmos foram sentar-se nas raízes da Paineira, e lá decidiram formar um novo time. Decidiram pela cor Grená, por causa do Juventus da Moóca, sendo o nome decidido por "Independente" de todos os clubes e o símbolo da equipe (inicialmente uma espada reta) que demonstrava a independência das forças do esporte de Mauá. Pronto !!! Acabará de entrar em cena o Independente Futebol Clube.

Os fundadores só puderam assinar o registro do clube apresentando o certificado militar, pois o Brasil participava da 2ª Guerra Mundial. Embora muitos estivessem presentes, somente alguns assinaram o registro da fundação, tais como: Arioci Rodrigues Costa, Luiz Mariani Jr., Angelo Felipe, Inocêncio Montegia, Paulinho Santana, Guilherme Primo Vidotto, Galindo Pavim e outros.

A sede do IFC era um quartinho cedido, nos fundos da A.E. Mauá, muito simples. Os móveis do IFC seriam apenas uma mesa, feita de caixotes de cebolas, um banco comprido e um arquivo para fichário de alguns sócios (a maioria deles jogadores). Era neste quarto que eles faziam as reuniões da diretoria composta por: Lucio Cardoso de Araújo, Antonio Soares, Juraci Fernandes, Irineu Godoy, Luiz Mariani Jr., Paulinho Santana, Antenor Nincao, Fernando Verdoliva, Odecio Chiaroti, Waldomiro Polidoro e outros.

Como corretor de Imóveis e 2º Tesoureiro, o Sr. Anselmo namorava um terreno na Vila Bocaina para a construção de um estádio para o IFC. Como a proprietária , Dona Aparecida Vasconcelos Pacheco, para que o Sr. Anselmo trabalhava na venda de lotes, não quis vender o terreno para clubes por não acreditar que conseguiriam pagar as prestações, o Sr. Anselmo comprou em seu nome. E foi com grande alegria que anunciou aos membros da diretoria, no quartinho da A . E. Mauá, a compra de um terreno de 21.000m, sendo dada a entrada de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros), pagos por ele com prestações de Cr$ 1.400,00 (hum mil e quatrocentos cruzeiros) por mês.

O IFC disputava o campeonato da mesma divisão da A . E Mauá, de Santo André, e ao jogarem no campo da A . E. Mauá, contra os donos da casa, ganharam de 4 X 1 . Ao voltarem para a Sede (lembramos que era um quartinho emprestado na Sede do Mauá) encontraram os diretores do Mauá na porta, bloqueando a entrada, permitindo que somente alguns entrassem para desocupar o quartinho. O IFC havia sido despejado. Seguindo pela Av. Barão de Mauá ao escurecer, carregando a mesa de caixote de cebolas, o banco e o saco de camisas, sentaram-se então, pela segunda vez, embaixo da Paineira para resolver onde iriam colocar os móveis.

Foi aí, que o Sr. Juraci Fernandes, propôs que fossem falar com seu pai que morava na Rua General Osório, e pedir-lhe que deixasse que colocassem os móveis lá ( era um galinheiro desativado nos fundos do quintal ). Com a autorização para que usassem o galinheiro, deixaram os móveis naquele local. No dia seguinte voltaram todos, depois das 17:00 horas, para fazer a limpeza, desmontar os puleiros e pedir ao pai do Sr. Juraci que lhes emprestassem um bico de luz. Foi daí a frase do Sr. Jaú: "dá pra jogar um dominozinho aqui !".

E foi assim que permaneceram perto de 1 ano nesta Sede. Percebendo a necessidade de mudar, pois a Sede, localizada nos fundos da casa do pai do Sr. Juraci, era usada para reuniões, mas também para que o time se aprontasse para o jogo, ficando uma movimentação muito grande, passando todos pela cozinha da família.

O Sr. Anselmo pediu ao Sr. Mauro Verdoliva para ceder, graciosamente, um quartinho nos fundos de sua barbearia, onde hoje é a Drogaria São Paulo, pedido este que foi atendido. Lá permaneceram longo tempo.

Foi com a união dessas forças que o Independente F.C construiu seu campo de futebol, e junto com ele vieram fãs e associados. Também disparou uma sucessão de grandes eventos, sendo o 1º deles foi o inesquecível jogo Independente F.C X A . A Industrial, cujo placar acabou em 3 x 3. Em dezembro de 1949, fez um grandioso festival com a presença de 8 clubes da região. Em 1º de Maio de 1950, amplo sucesso com o I Torneio dos Trabalhadores. Seguiram retumbantes vitórias esportivas.

Foi alugado um salão do Sr. Luiz Novi na Rua Bela (atual Rua Fernando Zanella) para construção da Sede, então todos arregaçaram as mangas. Ainda sem Sede o Coronel Anselmo consegue o empréstimo de um terreno na Rua Rui Barbosa para organizar uma festa junina. A luta da gente grená era em duas frentes: montar a Sede Social na Rua Bela e montar um grande tablado. A 1ª frente alcançou seu objetivo com um tablado de tábuas com esteios de eucaliptos, coberto com 2 encerados emprestados na Estrada de Ferro. Estava montado o Sítio do Cipó Torto, enfeitado com coqueiros, bananeiras, árvores, etc. Surge Dona Jamila que trabalhava sem cessar nos enfeites e decorações, juntamente com outros sócios, do Sítio do Cipó Torto tornando-se então, a eterna madrinha do Independente F.C.

Mesmo com dificuldades o clube grená tem fôlego. Foi campeão invicto da 1º Divisão da região com Pagano, Zé Angelo e Grecco - Décio Chiarotti, Jaú e Nide - Anura, Ditinho e Dodô - Rivas e Arlindo. O técnico era Juracy Fernandes. Temos que registrar também, jogadores como Amadeu, Martinho e Teté, que atuaram no time invicto, e ainda José "Gafonha" Scudeiro que atuou no time campeão da 2ª Divisão.